Helena ( do grego, a Resplandecente) era uma jovem bela e inteligente, de coração sensível e bondoso . Trabalhava numa pensão localizada numa encruzilhada das estradas imperiais na Ásia Menor. Um dia, conheceu um nobre oficial do exército romano, o tributo militar Constâncio Cloro, que por ela se apaixonou e com o qual se casou.
Helena, porém, não foi feliz nesse matrimônio. Por ordem do imperador Diocleciano, Constâncio Cloro repudio-a, com base na lei romana que não reconhecia o matrimônio celebrado entre um patrício e uma plebéia; portanto, Helena era tida simplesmente como uma concubina. Quando Constâncio Cloro recebeu o título de “Augusto” (imperador), juntamente com o colega Galério, foi obrigado a se livrar de Helena. Abandonada por Constâncio, Helena ainda teve que vê-lo se casar com Teodora, uma parenta do imperador, por interesses políticos.
Helena ficou com a incumbência de criar o filho Constantino, nascido da união deles em 285, que, ao crescer, serviu ao exército, onde avançava de forma gradativa por sua coragem e inteligência. O filho Constantino viria a ser o primeiro imperador cristão de Roma.
Quando o pai morreu Constantino, mesmo sendo jovem, conseguiu sucede-lo. Foi aclamado “Augusto”, em 306 em York, pelas legiões de Britânia. Helena pode voltar ao lado do filho, com o meritíssimo título de “Nobilíssima dona”, para ter depois também a mais alta honra à qual uma mulher podia aspirar, o de “Augusta”, quando o filho , desbaratando Maxêncio, seu pior inimigo, na famosa batalha sobre o rio Tibre, às portas de Roma, se tornou ”imperador do orbe todo” , isto é senhor absoluto do império.
Até o ano de 313, tanto Helena quanto seu filho eram ainda pagãos. Conta a história que, durante a batalha contra Maxêncio, seu exército estava em desvantagem. Constantino, que sempre foi contrário às perseguições aos cristãos, teve então uma visão. Apareceu-lhe uma cruz luminosa no céu com os seguintes dizeres: “Com este sinal Vencerás”. Imediatamente ele mandou pintar a cruz em todas as bandeiras e milagrosamente venceu a batalha. Nesse mesmo dia tanto ele quanto sua mãe Helena se converteram ao cristianismo. O imperador mandou cessar imediatamente toda a qualquer perseguição contra os cristãos, no famoso decreto de Milão do ano de 313. Helena recebeu o batismo e dedicou todo seu tempo a divulgar e a proteger a religião cristã.
Foi o único de uma pacífica obra de reconstrução, que incluiu a paz com o Cristianismo. Através de suas relações com o Cristianismo, ele deu de fato à sua monarquia um conteúdo espiritual, atribuindo sua vitória à proteção de Cristo.
Quanta influência tenha tido Helena nessa conversão, com conseqüências tão portentosas, não nos é dado conhecer. Mesmo que o historiador Eusébio, autor também de uma “Vida de Constantino”, afirme que foi o imperador que levou à mãe, muitos acreditam que foi Helena que converteu o filho, uma conversão porém bastante tépida, porque ele aguardou até o momento de sua morte para receber o batismo, em 337. Helena, ao contrário, manifestou um fervor religioso que se traduziu em grandes obras benéficas e nas célebres basílicas nos lugares santos, dos quais ela se tornou corajosa descobridora.
Mesmo com idade avançada, Helena ainda teve forças para viajar à Palestina e beijar a terra de Cristo e foi seguir as escavações iniciadas em Jerusalém pelo bispo São Macário, que reencontrou o túmulo de Cristo escavado na rocha e pouco distante a cruz do Senhor e as duas cruzes dos ladrões. O reencontro da cruz que se deu e,m 326, sob os olhos da piedosíssima mãe do imperador, produziu grande emoção em toda a cristandade. Levada pelo entusiasmo desse primeiro sucesso, continuou a procura, encontrando a gruta do nascimento de Jesus em Belém e o lugar no Monte das Oliveiras , onde Jesus esteve com os discípulos antes de subir ao céu.
Com estas descobertas, mandou construir a Basílica da Natividade em Nazaré e a da Ascensão de Jesus no Monte das Oliveiras. Ajudou ainda na construção de mosteiros de monges e monjas . Das basílicas, uma delas, no monte das Oliveiras, teve o nome de Helena. Pressentindo que o fim estava próximo, voltou para junto de seu filho Constantino, morrendo nos braços dele no ano de 329, aos oitenta anos de idade.